quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Encontro em Porto Alegre
10º encontro...
*Mais discussões sobre o Projeto de Pesquisa...
*Cada cursista trouxe o que conseguiu sobre a região a ser pesquisada.
*Discussão sobre a importância do filme para cada comunidade.
*Relatório da reação das pessoas quanto a nossa proposta.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
8° e 9° encontros...
8º Encontro (02/09)
Conversação sobre as atividades do encontro anterior. (Ver se todas conseguiram realizá-las.)
Como estão as aulas, dificuldades de aplicação das tarefas.......
Retomada sobre o que é letramento em pontos-chave:
Em 1986, surge o primeiro aparecimento da palavra LETRAMENTO.
Qual seria mesmo a diferença entre letramento e alfabetização?
Por que surgiu a palavra letramento?
Iniciamos com as reflexões propostas pela atividade 1, 2 e 3 p. 71-74. Em seguida, fazer a leitura do texto “Nossas cidades” p.76 e responder por escritos às questões propostas na atividade 6, tentando avaliar como essa atividade poderia ser aplicada em uma situação real de sala de aula.
Leitura no TP5 página 13 e 14
Avançando na prática: observar as propostas das páginas 24, 50, 93, 105, 130, 148, 162, 196, 212, 229 do TP 5.
Atividade:leitura
OS DIFERENTES ESTILOS
Paulo Mendes Campos
Parodiando Raymond Queneau, que toma um livro inteiro para descrever de todos os modos possíveis um episódio corriqueiro, acontecido em um ônibus de Paris, narra-se aqui, em diversas modalidades de estilo, um fato comum da vida carioca, a saber: o corpo de um homem de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada pelo vigia de uma construção, à margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, não existindo sinais de morte violenta.
Estilo interjetivo: Um cadáver! Encontrado em plena madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que morreu quando a cidade acordava! Que pena!
Estilo colorido: Na hora cor-de-rosa da aurora, à margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de Freitas, um vigia de cor preta encontrou o cadáver de um homem branco, cabelos louros, olhos azuis, trajando calça amarela, casaco pardo, sapato marrom, gravata branca com bolinhas azuis. Para este o destino foi negro.
Estilo antimunicipalista: Quando mais um dia e sofrimento e desmandos nasceu para esta cidade tão mal governada, nas margens imundas esburacadas e fétidas da Lagoa Rodrigo de Freitas, e em cujo arredores falta água há vários meses, sem falar nas freqüentes mortandades de peixes já famosas, o vigia de uma construção (já permitiram, por debaixo do pano, a ignominiosa elevação de gabarito em Ipanema) encontrou o cadáver de um desgraçado morador desta cidade sem policiamento. Como não podia deixar de ser, o corpo ficou ali entregue às moscas que pululam naquele perigoso foco de epidemias. Até quando?
Estilo reacionário: Os moradores da Lagoa Rodrigo de Freitas tiveram na manhã de hoje o profundo desagrado de deparar com o cadáver de um vagabundo que foi logo escolher para morrer (de bêbado) um dos bairros mais elegantes desta cidade, como se já não bastasse para enfear aquele local uma sórdida favela que nos envergonha aos olhos dos americanos que nos visitam ou que nos dão a honra de residir no Rio.
Estilo então: Então o vigia de uma construção em Ipanema não tendo sono, saiu então para passeio de madrugada. Encontrou então o cadáver de um homem. Resolveu então procurar um guarda. Então o guarda veio e tomou então as providências necessárias. Aí então eu resolvi te contar isto.
Estilo áulico: À sobremesa, alguém falou ao Presidente, que na manhã de hoje o cadáver de um homem havia sido encontrado na Lagoa Rodrigo de Freitas. O Presidente exigiu imediatamente que um de seus auxiliares telegrafasse em seu nome à família enlutada. Como lhe informassem que a vítima ainda não fora identificada, S. Exa., com o seu estimulante bom humor, alegrou os presentes com uma das suas apreciadas blagues.
Estilo schmidtiano: Coisa terrível é o encontro com um cadáver desconhecido à margem de um lago triste à luz fria da aurora! Trajava-se com alguma humildade mas seus olhos eram azuis, olhos para a festa alegre colorida deste mundo. Era trágico vê-lo morto. Mas ele não estava ali, ingressara para sempre no reino inviolável e escuro da morte, este rio um pouco profundo caluniado de morte.
Estilo complexo de Édipo: Onde andará a mãezinha do homem encontrado morto na Lagoa Rodrigo de Freitas? Ela que o amamentou, ela que o embalou em seus braços carinhosos?
Estilo preciosista: No crepúsculo matutino de hoje, quando fulgia solitária e longínqua a Estrela d´Alva, o atalaia de uma construção civil, que perambulava insone pela orla sinuosa e murmurante de uma lagoa serena, deparou com a atra e lúrida visão de um ignoto e gélido ser humano, já eternamente sem o hausto que vivifica.
Estilo Nélson Rodrigues: Usava gravata de bolinhas azuis e morreu!
Estilo sem jeito: Eu queria ter o dom da palavra, o gênio de um Rui ou o estro de um Castro Alves, para descrever o que se passou na manhã de hoje. Mas não sei escrever, porque nem todas as pessoas que têm sentimento são capazes de expressar esse sentimento: Mas eu gostaria de deixar, ainda que sem brilho literário, tudo aquilo que senti. Não sei se cabe aqui a palavra sensibilidade. Talvez não caiba. Talvez seja uma tragédia. Não sei escrever, mas o leitor poderá perfeitamente imaginar o que foi isso. Triste, muito triste, ah, se eu soubesse escrever.
Estilo feminino: Imagine você, Tutsi, que ontem eu fui ao Sach´s legalíssimo, e dormi tarde, com o Tony. Pois logo hoje minha filha que eu estava exausta e tinha hora marcada no cabeleireiro, e estava também querendo dar uma passada na costureira, acho mesmo que vou fazer aquele plissadinho, como o da Tereza, o Roberto resolveu me telefonar quando eu estava no melhor do sono. Mas o que era mesmo que ia te contar? Ah, menina, quando eu olhei da janela, vi uma coisa horrível, um homem morto lá na beira da Lagoa. Estou tão nervosa! Logo eu que tenho horror de gente morta.
Estilo lúdico ou infantil: Na madrugada de hoje por cima o corpo de um homem por baixo foi encontrado por cima pelo vigia de uma construção por baixo. A vítima por baixo não trazia identificação por cima. Tinha aparentemente por cima a idade de quarenta anos por baixo.
Estilo concretista: Dead dead man man mexe mexe Mensch Mensch MENSCHEIT.
Estilo didático: Podemos encarar a morte do desconhecido encontrado morto à margem da Lagoa em três aspectos: a) policial; b) humano; c) teológico. Policial: o homem em sociedade, o humano: homem em si mesmo; teológico: o homem em Deus. Polícia e homem: fenômeno; alma de Deus: epidenômeno. Muito simples, como os senhores vêem.
Nota: 1- A palavra estilo procede do latim stilu - ponteiro de ferro com o qual os antigos escreviam sobre tábuas enceradas. Por extensão, seu sentido ampliou-se, adquirindo a significação geral do modo ou maneira particular de alguém utilizar-se da língua.
Cada grupo deverá fazer uma proposta de aplicação.
Cada integrante receberá, após a leitura do texto, um estilo, no qual deverá escrever sem falar quem recebeu e os demais deverão reconhecer a partir do estilo de quem receberam.
Estilos: Luciano Huck, Xuxa, Faustão e Hebe.
Proposta de tarefa: cada uma de nós faz uma pesquisa sobre os bairros do Caí (decidir quais serão) e trazemos de volta no encontro.
Ler sobre coerência textual e coesão textual (unidades 18 e 19)
Próximo encontro: dia 16 de setembro, às 13h30min, no mesmo local.
9º Encontro (16/09)
Mensagem: “Um toque de luz”, relfexão.
Assistiremos aos dvd’s: Salto para o futuro: Alfabetização, leitura e escrita parte 1 e 2.
Tema: cada cursista deverá fazer um relatório sobre o que foi estudado sobre letramento exemplificando com partes das entrevistas vistas nos dvd’s.
Conversação sobre o que foi visto e aplicação disso no Projeto de Pesquisa.
TP 5,página 179 a 181.
Um texto, em geral, se constrói a partir de informações sobre o tema escolhido e sobre relações lógicas que buscam o fio condutor da coerência das idéias entre si e com a situação em que é produzido.
Muitas das informações nem precisam ser explicitadas porque decorrem de idéias já expressas no texto. Pelas relações lógicas recuperam-se tais significados implícitos.
Na relação de hiponímia reconhecemos a abrangência de sentidos dos conceitos e idéias, estabelecendo a hierarquia ou subordinação dos elementos, hipônimos.
Sua contrapartida é a hiperonímia, que focaliza a superordenação dos elementos de uma classe, os hiperônimos.
Relações de condição e de conclusão também marcam a construção de significados implícitos
A textualidade é constituída a partir de relações de coerência textual e de mecanismos lingüísticos de coesão.
A coerência pode ser definida como um princípio de interpretabilidade decorrente da capacidade do texto de agir como unidade, remetendo a um sentido global. A coesão é o conjunto de interligações que os elementos lingüísticos de um texto apresentam de modo a construir um mundo textual coerente.
Pode-se dizer, por isso, que a coerência estabelece a harmonia do texto com o mundo exterior; a coesão é uma construção harmoniosa entre as relações de sentido internas ao texto. Um texto, para produzir sentidos, deve fornecer informações adequadas para que o leitor/ouvinte seja capaz de construir uma representação coerente do mundo textual, ativando conhecimentos prévios ou chegando a algumas conclusões a respeito do conjunto de informações lingüisticamente organizadas. O reconhecimento de que tipo de relações lógicas tais informações estabelecem depende do reconhecimento de como as marcas, ou pistas, sobre essas relações estão organizadas no texto.
Uma história sem pé nem cabeça!
( ) Marília era bem pequena,
( ) que a cômoda no quarto da
( ) colo e deixava que os tocasse
( ) os vidros de perfume, a caixa
( ) onde acendiam velas se
( ) quando descobriu o Mar. Não
( ) Dona Beatriz ria ao vê-la na
( ) anos tinha, mas lembrava-se
( ) faltava luz à noite.
( ) com os dedinhos grossos. A
( ) ponta dos pés, querendo alcançar
( ) conseguia se lembrar quantos
( ) Tudo o que havia sobre a
( ) mãe mostrava os porta-retratos,
( ) de jóias (com margaridas pintadas
( ) mãe era mais alta que ela.
( ) cômoda parecia precioso, intocável.
( ) na tampa) o castiçal prateado
( ) os objetos. Pegava Marília no
( ) – Mamãe, deixa eu ver lá em cima!
RIOS, Rosana. Marília, Mar e Ilha. Editora Estação Liberdade. (retirado do AAA 5, p. 75) (1, 5, 18, 7, 10, 2, 15, 4, 11, 19, 16, 3, 12, 6, 8, 20, 13,9, 17 e 14)
TP, página 199, sobre a negação. E página 207, atividade 14.
Próximo encontro: dia 25/09, à noite, às 17h45. Trazer todo o material desenvolvido nesse período de Gestar.